Odilon
Fernandes
A mediunidade
espírita é a que se alicerça em Jesus e Allan Kardec.
A mediunidade é uma
faculdade psíquica que independe de rótulo religioso – encontraremos a sua
presença na origem de quase todas as crenças. Os grandes iniciados de todas as
religiões eram intérpretes dos espíritos que os inspiravam. Os profetas eram
missionários da mediunidade sobre a terra. Os apóstolos, na festa de
pentecostes, ficaram mediunizados. Os santos reverenciados pela igreja Católica
possuíam o dom de curar, a clarividência, efeitos físicos; caíam em transe com
frequência.
Todavia com Allan Kardec
é que a mediunidade se tornou um intercâmbio consciente entre os Dois Mundos.
Estudando os mais diversos dons medianímicos, criando terminologia própria, o
codificador devassou o Invisível, tornando natural o diálogo dos vivos com os
chamados mortos.
Portanto não existe
mediunidade legitimamente exercida, fora dos padrões da Doutrina dos Espíritas.
O médium espírita é o que se submete à orientação doutrinária, colocando-se a
serviço da Causa e não de si mesmo. O médium personalista é um médium rebelado
contra os princípios que se consubstanciam no “daí de graça o que de
graça recebestes.”
“O Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma
Filosofia. Quem desejar conhecê-lo seriamente deve pois, como primeira
condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que
qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando.” – Infelizmente, muitos medianeiros promissores acabam por se entregar
única e exclusivamente à orientação dos espíritos que se comunicam por seu
intermédio – marginalizam os fundamentos básicos de “O Livro dos Médiuns” e
adotam uma linha de conduta que conflita com os propósitos do medianeiro bem
intencionado.
Há quem busque na
mediunidade a satisfação do seu próprio ego; não está movido pela intenção de
servir, mas de projetar-se, de ter o seu nome exaltado, de alimentar a vaidade.
O médium presunçoso, mais cedo ou mais tarde, se comprometerá. Sem
retaguarda espiritual que lhe garanta o equilíbrio, estará à mercê dos
espíritos sem discernimento, que o induzirão a cometer absurdos.
Antes, pois, de
cogitar do desenvolvimento mediúnico em si, deve o candidato aos serviços
espirituais no campo da mediunidade interessar-se pela sua iluminação no
exercício constante da humildade.
Médiuns personalistas
são agentes desagregadores; ao invés de somarem esforços, de motivarem os
companheiros à prática do bem, inspiram desconfiança e estabelecem a disputa na
casa espírita…
A ideia de que seja um espírito missionário
tem sido obstáculo ao roteiro que o ser encarnado traçou para si mesmo. Imbuído
de tais pensamentos, fascinado quanto às suas próprias possibilidades, foge aos
compromissos imediatos, que, então, passa a considerar de natureza inferior,
como sejam: o casamento e a constituição da família, o esmero na profissão e a
sua participação ativa nos assuntos da comunidade.
Todo médium é um
tarefeiro, longe, conforme se imagina, de ser um missionário.
Raros são os sensitivos que reencarnam com tarefa definida no campo da
mediunidade; para a grande maioria, o trabalho vai se definindo com base no seu
devotamento. Alguns renascem com o compromisso, fazendo jus à supervisão
espiritual das Altas Esferas; outros se decidem por ele ao travarem contato com
o Espiritismo, atraindo a atenção dos Espíritos Superiores que deles se
aproximam na medida exata da confiabilidade que externem…
Mediunidade é
compromisso de trabalho e oportunidade de resgate.
Sobretudo, o médium é um espírito com elevados débitos cármicos que necessita
se conscientizar de sua necessidade de servir incondicionalmente!
Psicografia
de Carlos Baccelli do livro ‘Conversando com os Médiuns’.
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