Tema da semana
“Jeremias e os falsos profetas”
De 11/05/2015 a 17/05/2015
Allan
Kardec
LUÍS,
Espírito Protetor
Carlsruhe,
1861
11–
Isto diz o Senhor dos exércitos. Não queiras ouvir as palavras dos profetas,
que vos profetizam e vos enganam; falam as visões dos seus corações, não da
boca do Senhor. Dizem aqueles que me blasfemam: O Senhor o disse; vós tereis a
paz; e a todos aqueles que andam na corrupção do seu coração, disseram: Não
virá sobre vós mal. Mas qual deles assistiu ao conselho do Senhor, e viu e
ouviu a sua palavra? Quem considerou a sua palavra, e o ouviu? – Eu não enviava
estes profetas, e eles corriam; não lhes falava nada, e eles profetizavam. –
Tenho ouvido o que disseram os profetas, que em meu nome profetizaram a
mentira, e dizem: Sonhei, tenho sonhado. Até quando se achará isto no coração
dos profetas que vaticinam a mentira, e que profetizam as seduções do seu
coração? – Pois se te perguntar este povo, ou o profeta, ou o sacerdote,
dizendo: Qual é o peso do Senhor? Direis-lhes: Vós sois o peso, porque eu vos
hei de arrojar, diz o Senhor. (Jeremias, XXIII: 16-18; 25-26; 33)
É
sobre esta passagem do profeta Jeremias, que quero vos entreter, meus amigos.
Deus, falando pela sua boca, disse: “É a visão do seu coração que os faz
falar”. Essas palavras indicam claramente que, já naquela época, os charlatães
e os vaidosos abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, portanto,
da fé simples e quase cega do povo, predizendo por dinheiro coisas boas e
agradáveis. Essa espécie de embuste estava bastante generalizada entre os
judeus, e é fácil compreender que o pobre povo, em sua ignorância, estava
impossibilitado de distinguir os bons dos maus, e era sempre mais ou menos
enganado pelos impostores ou fanáticos que se diziam profetas. Nada é mais
significativo do que estas palavras: “Eu não enviava estes profetas, e eles
corriam; não lhes falava nada, e eles profetizavam”. Mais adiante, encontramos:
“Tenho ouvido o que disseram os profetas que em meu nome profetizam a mentira,
dizendo: sonhei, tenho sonhado”. Indicava, assim, um dos meios então empregados
para explorar a confiança do povo. A multidão, sempre crédula, não pensava em
lhes contestar a veracidade dos sonhos ou das visões, porque achava tudo muito
natural e convidava sempre os profetas a falarem.
Depois
das palavras do profeta, ouvi os sábios conselhos do apóstolo São João,quando
diz: “Não creias em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de
Deus”. Porque, entre os invisíveis, há também os que se comprazem em enganar,
quando encontram oportunidade. Os enganados são, bem entendido, os médiuns que
não tomam as necessárias precauções. Temos nisto, sem dúvida, um dos maiores
escolhos, contra o qual muitos se chocam, sobretudo quando são novatos no
Espiritismo. É uma prova, de que não podem triunfar senão com muita prudência.
Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons dos maus Espíritos, para
não vos tornardes vós mesmos em falsos profetas.
O
Evangelho Segundo O Espiritismo
PROFETA
O
verdadeiro profeta é um homem de bem, inspirado por Deus. Podeis reconhecê-lo
pelas suas palavras e pelos seus atos. [...]
Referência:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita. Trad. de
Guillon Ribeiro. 86a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - q. 624
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