Tema da semana
Avareza
De 23/03/2015 a 29/03/2015
Joanna
de Ângelis
Afirma-se que um
famoso pintor do Renascimento, quando pintava um quadro sobre o menino Jesus e
Judas, após conceber a tela e fazer os primeiros estudos, procurou uma criança
que lhe servisse de modelo para a face do Mestre, na infância.
Após procurá-la em
muitos lugares, fortuitamente encontrou um pequeno sujo que brincava nas ruas,
porém retratava no olhar e na face toda a pureza, bondade, beleza e ternura que
se podia conceber.
Explicando-lhe o que
desejava, e ante a anuência da família, o pintor levou-o a posar no seu
atelier, retribuindo-lhe o trabalho com expressiva soma em moedas de ouro.
Concluída a primeira
etapa, o artista pôs-se a buscar alguém que lhe pudesse oferecer o rosto de
Judas.
Em mercados e praças
públicas, tavernas e antros de costumes perniciosos por onde esteve à procura,
não encontrou ninguém que se assemelhasse, em aparência, ao discípulo
equivocado.
Já desanimava de o
encontrar, deixando a tela inacabada, quando, em visita a uma tasca de má
qualidade, se deparou com um delinquente e ébrio, em cujo olhar e semblante se
encontravam os conflitos do traidor, conforme a concepção que dele fazia.
A barba hirsuta, a
cabeleira mal cuidada, eram a moldura para o olhar inquieto, desconfiado, num
rosto contorcido pelo desconforto íntimo, formando um conjunto de dor e
revolta, insegurança e arrependimento ímpares.
Comovido com o fato,
o artista convidou o bandido para posar, o qual anuiu sob a condição de régio
pagamento.
O pinto começou a
obra e percebeu, ao fim de algumas sessões, que a face congestionada do modelo
se modifica a cada dia, perdendo a agressividade e a perturbação.
Indagado a respeito,
aquele explicou: Posando, nesta sala, recordo-me de outras sessões, quando
servi ao senhor de modelo para a face do Menino Jesus…
E prosseguiu, ante o
artista vivamente impressionado: Eu sou aquele em cujo rosto o senhor encontrou
a paz e a beleza do justo traído… O dinheiro que ganhei, em face da minha
imaturidade, mais tarde pôs-me a perder e, de queda em queda, numa noite em que
me embriagara, por uma disputa insignificante matei outro homem. Condenado, num
julgamento arbitrário, envenenei-me de ódio…
Recordando-me daquele
tempo, retorno, emocionalmente, a ele e me acalmo…
Paradoxalmente, o
mesmo indivíduo ficou retratado na face de Jesus Menino e de Judas, em duas
fases diferentes da mesma vida.
Nem sempre a pobreza
é provação dolorosa.
No conforto e na
fortuna podem desenvolver-se os germes do crime e da ruína, quando não se têm
fortalecidos os valores morais para se enfrentar as ocorrências.
O dinheiro, por isso,
não é responsável pelo bem ou pelo mal, sendo veículo para uma outra ação,
conforme se faz dirigido.
As resistências
morais, geradoras das virtudes, desabrocham em qualquer campo, malgrado o homem
se encontre na riqueza ou no desconforto econômico e moral, devendo ser
cultivadas para que os sentimentos superiores predominem e estruturem a
personalidade.
*
Aprende a conviver e
a dirigir a vida com pouco, a fim de treinares a condução dos haveres, quando
te cheguem.
Exerce a
generosidade, em qualquer situação, de modo a vencer a avareza e o instinto de
posse, ante os recursos transitórios do mundo.
Chamado a qualquer
posição, na abastança ou na escassez, mantém a face do equilíbrio, que seja
consequência da tua paz de espírito, devendo prosseguir inalterada.
Psicografia
de Divaldo Franco do livro “Seara do Bem”
Fonte:
temporecord.wordpress.com
AVAREZA
Jair
Presente
Avareza é um mal sem
nome
No entanto, se bem me
explico,
É um homem que passa
fome
Para ser defunto
rico.
Do
livro "Palco Iluminado"
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário
(-: , Olá, seja bem vindo, se o seu comentário for legal, e não trouxer conteúdo agressivo, ele será postado.