Tema
da semana
“Maneira
de orar”
de
25/11/2013 a 01/12/2013
Allan
Kardec
22.
O dever primordial de toda criatura humana, o primeiro ato que deve
assinalar a sua volta à vida ativa de cada dia, é a prece. Quase
todos vós orais, mas quão poucos são os que sabem orar! Que
importam ao Senhor as frases que maquinalmente articulais umas às
outras, fazendo disso um hábito, um dever que cumpris e que vos pesa
como qualquer dever?
A
prece do cristão, do espírita, seja qual for o seu culto, deve ele
dizê-la logo que o Espírito haja retomado o jugo da carne; deve
elevar-se aos pés da Majestade Divina com humildade, com profundeza,
num ímpeto de reconhecimento por todos os benefícios recebidos até
aquele dia; pela noite transcorrida e durante a qual lhe foi
permitido, ainda que sem consciência disso, ir ter com os seus
amigos, com os seus guias, para haurir, no contacto com eles, mais
força e perseverança. Deve ela subir humilde aos pés do Senhor,
para lhe recomendar a vossa fraqueza, para lhe suplicar amparo,
indulgência e misericórdia. Deve ser profunda, porquanto é a vossa
alma que tem de elevar-se para o Criador, de transfigurar-se, como
Jesus no Tabor, a fim de lá chegar nívea e radiosa de esperança e
de amor.
A
vossa prece deve conter o pedido das graças de que necessitais, mas
de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor
que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas. Rogai-lhe
que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação
e da fé. Não digais, como o fazem muitos: “Não vale a pena orar,
porquanto Deus não me atende.” Que é o que, na maioria dos casos,
pedis a Deus? Já vos tendes lembrado de pedir -lhe a vossa melhoria
moral? Oh! não; bem poucas vezes o tendes feito. O que
preferentemente vos lembrais de pedir é o bom êxito para os vossos
empreendimentos terrenos e haveis com freqüência exclamado: “Deus
não se ocupa conosco; se se ocupasse, não se verificariam tantas
injustiças.” Insensatos! Ingratos! Se descêsseis ao fundo da
vossa consciência, quase sempre depararíeis, em vós mesmos, com o
ponto de partida dos males de que vos queixais. Pedi, pois, antes de
tudo, que vos possais melhorar e vereis que torrente de graças e de
consolações se derramará sobre vós. (Cap. V, nº 4.)
Deveis
orar incessantemente, sem que, para isso, se faça mister vos
recolhais ao vosso oratório, ou vos lanceis de joelhos nas praças
públicas. A prece do dia é o cumprimento dos vossos deveres, sem
exceção de nenhum, qualquer que seja a natureza deles. Não é ato
de amor a Deus assistirdes os vossos irmãos numa necessidade, moral
ou física? Não é ato de reconhecimento o elevardes a ele o vosso
pensamento, quando uma felicidade vos advém, quando evitais um
acidente, quando mesmo uma simples contrariedade apenas vos roça a
alma, desde que vos não esqueçais de exclamar: Sede bendito, meu
Pai?! Não é ato de contrição o vos humilhardes diante do supremo
Juiz, quando sentis que falistes, ainda que somente por um pensamento
fugaz, para lhe dizerdes: Perdoai-me, meu Deus, pois pequei (por
orgulho, por egoísmo, ou por falta de caridade); dai-me forças para
não falir de novo e coragem para a reparação da minha falta?!
Isso
independe das preces regulares da manhã e da noite e dos dias
consagrados. Como o vedes, a prece pode ser de todos os instantes,
sem nenhuma interrupção acarretar aos vossos trabalhos. Dita assim,
ela, ao contrário, os santifica. Tende como certo que um só desses
pensamentos, se partir do coração, é mais ouvido pelo vosso Pai
celestial do que as longas orações ditas por hábito, muitas vezes
sem causa determinante e às quais apenas maquinalmente vos chama a
hora convencional. – V. Monod. (Bordéus, 1862.)
ORAÇÃO
Para
as sombras da nossa alma,
a
oração será sempre libertadora alvorada,
repleta
de renovação e de luz.
Aparecida
Do
livro “Dicionário da Alma”
Psicografia
de Francisco Cândido Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário
(-: , Olá, seja bem vindo, se o seu comentário for legal, e não trouxer conteúdo agressivo, ele será postado.