sexta-feira, 30 de março de 2012

O JUGO DO CRISTO


Tema da semana:
 “O jugo leve
de 26/03/2012 a 01/04/2012

Rodolfo Calligaris

"Vinde a mim todos os que andais em trabalho e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei  de mim, que sou manso e humilde de coração; então achareis descanso para vossas almas, porque o meu jugo é suave e o meu peso, leve"
(Mat., 11: 28-30.)

As doces e amoráveis palavras de Jesus, que encimam estas linhas, evidentemente  são dirigidas a todos nós, que aqui nos encontramos neste planeta sombrio, a sofrer as conseqüências de nossa ignorância e a ensaiar os primeiros passos no sentido de nossa realização espiritual.

A luta sem tréguas em que nos empenhamos para conquistar fortuna, fama ou poder, na ingênua suposição de que essas coisas nos darão felicidade;  as desconfianças, preocupações e receios que se renovam ou se intensificam a cada dia de nossa existência;  tudo nos oprime, nos rouba a tranqüilidade e não nos dá um instante sequer de repouso.

Concomitantemente, as doenças, os desgostos, as traições, as adversidades de toda sorte que nos assaltam ao longo da jornada terrestre, levam-nos, não raro, ao pessimismo e à negação, tornando-nos a vida um fardo terrivelmente pesado e insuportável, a que muitos tentam fugir pela porta do suicídio.
Outros, pretendendo amortecer a própria consciência, a fim de não sentirem a realidade de sua insegurança, de suas frustrações e de sua inquietação interior, entregam-se aos vícios, aos prazeres loucos e às mais desordenadas extravagâncias;  ao cabo de certo tempo, porém, saturados dessas grosseiras ilusões, passam a sentir-se menos satisfeitos consigo mesmos, mais vazios, mais pobres de alma e muito mais desgraçados.

Para nos libertarmos dessa situação aflitiva e desesperadora, mister se faz que aceitemos o jugo do Cristo e aprendamos com ele a ser mansos e humildes de coração.

Em termos mais claros, isto significa que devemos cumprir a Lei do Amor, cultivando a abnegação, o desinteresse, a benevolência, a fraternidade, a tolerância, o perdão das ofensas e as demais virtudes cristãs, despojando-nos da ambição, da avareza, da inveja, da ira, do rancor, do desejo de vingança, enfim, de todos os sentimentos mesquinhos e maldosos inspirados pelo Egoísmo e pelo Orgulho, que constituem o jugo do mundo.

Significa, ainda, adquirir uma Consciência Superior, romper com todas as amarras que nos prendem ao plano físico, renunciando, de bom ânimo, às vaidades e ostentações que tanto seduzem o grosso da Humanidade.

Uma vez alcançado esse entendimento, aceitaremos pacientemente e sem revolta todos os sofrimentos e vicissitudes que o destino nos reserve, por sabê-los determinados pela Justiça Divina, em resgate de erros e prevaricações do passado; começaremos a alimentar ideais mais nobres,  dando do que temos e oferecendo-nos nós próprios em benefício de nossos semelhantes;  conhecendo, finalmente, que o verdadeiro gozo não reside na posse transitória dos tesouros da Terra, mas sim na conquista das riquezas imperecíveis do espírito.

Então, aliviados da ganga impura das paixões e desejos mundanos, ainda que o céu esteja turvo por cima de nossas cabeças, que o meio social onde nos encontremos seja mau, a luz da Moral e a alegria do Bem permanecerão em nossas almas, impregnando-as daquela paz íntima que nada nem ninguém será capaz de perturbar.

Da obra “Páginas de Espiritismo Cristão”.
Rio de Janeiro, FEB. Cap.29.

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