Tema da semana:
“O jugo leve”
de 26/03/2012 a
01/04/2012
Rodolfo Calligaris
"Vinde a mim todos os que
andais em trabalho e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós
o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso
e humilde de coração; então achareis descanso para vossas almas, porque o meu jugo
é suave e o meu peso, leve"
(Mat., 11: 28-30.)
As
doces e amoráveis palavras de Jesus, que encimam estas linhas,
evidentemente são dirigidas a todos nós,
que aqui nos encontramos neste planeta sombrio, a sofrer as conseqüências de
nossa ignorância e a ensaiar os primeiros passos no sentido de nossa realização
espiritual.
A
luta sem tréguas em que nos empenhamos para conquistar fortuna, fama ou poder,
na ingênua suposição de que essas coisas nos darão felicidade; as desconfianças, preocupações e receios que
se renovam ou se intensificam a cada dia de nossa existência; tudo nos oprime, nos rouba a tranqüilidade e
não nos dá um instante sequer de repouso.
Concomitantemente,
as doenças, os desgostos, as traições, as adversidades de toda sorte que nos
assaltam ao longo da jornada terrestre, levam-nos, não raro, ao pessimismo e à
negação, tornando-nos a vida um fardo terrivelmente pesado e insuportável, a
que muitos tentam fugir pela porta do suicídio.
Outros,
pretendendo amortecer a própria consciência, a fim de não sentirem a realidade
de sua insegurança, de suas frustrações e de sua inquietação interior,
entregam-se aos vícios, aos prazeres loucos e às mais desordenadas
extravagâncias; ao cabo de certo tempo,
porém, saturados dessas grosseiras ilusões, passam a sentir-se menos
satisfeitos consigo mesmos, mais vazios, mais pobres de alma e muito mais
desgraçados.
Para
nos libertarmos dessa situação aflitiva e desesperadora, mister se faz que
aceitemos o jugo do Cristo e aprendamos com ele a ser mansos e humildes de
coração.
Em
termos mais claros, isto significa que devemos cumprir a Lei do Amor,
cultivando a abnegação, o desinteresse, a benevolência, a fraternidade, a
tolerância, o perdão das ofensas e as demais virtudes cristãs, despojando-nos
da ambição, da avareza, da inveja, da ira, do rancor, do desejo de vingança,
enfim, de todos os sentimentos mesquinhos e maldosos inspirados pelo Egoísmo e
pelo Orgulho, que constituem o jugo do mundo.
Significa,
ainda, adquirir uma Consciência Superior, romper com todas as amarras que nos
prendem ao plano físico, renunciando, de bom ânimo, às vaidades e ostentações
que tanto seduzem o grosso da Humanidade.
Uma
vez alcançado esse entendimento, aceitaremos pacientemente e sem revolta todos
os sofrimentos e vicissitudes que o destino nos reserve, por sabê-los
determinados pela Justiça Divina, em resgate de erros e prevaricações do
passado; começaremos a alimentar ideais mais nobres, dando do que temos e oferecendo-nos nós
próprios em benefício de nossos semelhantes;
conhecendo, finalmente, que o verdadeiro gozo não reside na posse
transitória dos tesouros da Terra, mas sim na conquista das riquezas
imperecíveis do espírito.
Então,
aliviados da ganga impura das paixões e desejos mundanos, ainda que o céu
esteja turvo por cima de nossas cabeças, que o meio social onde nos encontremos
seja mau, a luz da Moral e a alegria do Bem permanecerão em nossas almas,
impregnando-as daquela paz íntima que nada nem ninguém será capaz de perturbar.
Da
obra “Páginas de Espiritismo Cristão”.
Rio de Janeiro,
FEB. Cap.29.
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