Tema da semana: Natal, de
19 a 25 de dezembro de 2011.
Joanna de
Ângelis
As
circunstâncias não poderiam ser piores. A ignorância predominava, triunfante,
conclamando as forças da barbaria e do crime
que coroavam os arrebatados e aventureiros; a vilania se refugiava nos redutos
de aparência respeitável, onde era aceita; a traição e a intriga se
disputavam primazia; os ideais de
justiça e moral jaziam asfixiados sob o paul da licenciosidade; o povo padecia
as mais duras humilhações, entre
opróbrios e misérias de toda ordem... E
a guerra decidia a pujança do poder em
que mãos deveria demorar.
O
homem era examinado pelas pegadas de sangue e lágrima que imprimia na jornada
dos sucessos, e as leis subalternas ao carro da impiedade compactuavam com os
poderosos que se alçavam à dominação arbitrária. As paisagens políticas ultrajadas pela desídia
dos “cabos de guerra”, que se sucediam,
intempestivos, deixavam marginalizados os fracos e os humildes que nada representavam
no cômputo social vigente. Vendê-los,
extraditá-los, puni-los com a morte era direito natural dos governantes, que assim
libertavam, de quando em quando, a
economia do Estado, da desagradável canga.
Em
tais circunstâncias nasceu Jesus! Mergulhou na convivência dos homens,
tendo como albergue modesta habitação de
animais, ante a majestade da noite coroada de gemas estelares, enquanto os
favônios varriam, perfumados, os arredores bucólicos da natureza em festa. E se
espraiou num oceano de amor entre os esquecidos,
desprezados e perseguidos. Consciente da Justiça Divina, inaugurou o período da
esperança, disseminando os valores da saúde espiritual com que renovou a
Humanidade, tendo os olhos voltados para o futuro. Nunca se queixou nem receou.
Carregou o fardo das dores em incomparável
silêncio e resignação. Tomou das coisas simples e teceu a túnica da vitória
para os que lutassem valorosos e humildes, se m cansaço, até o fim. Atendeu a um
príncipe - e o convidou ao Reino,
propondo-lhe a humildade. Escutou um jovem rico - e concitou-o à renúncia total
a fim de alcançar o Reino. Atendeu a um cobrador de impostos - e estimulou-lhe
a generosidade com que lobrigaria chegar ao Reino. No entanto, todos aqueles
aos quais concedeu entrevistas, com exceção, uma que outra vez, eram os
pecadores, convencionalmente denominados a ralé da sociedade em cujo bojo se
guardam infelizes de muitas características...
E
ninguém igual a Ele! Recordando que estes são dias em que as circunstâncias evocam
aquelas já passadas, faze uma pausa na alucinação que campeia avassaladora,
facultando que nasça ou renasça no reduto do teu espírito o sêmen sublime do
amor, em nome do Amor de todos os Amores
que, não obstante ter vindo há quase vinte séculos, se demora ignorado,
apesar de ter o nome insculpido no frontispício da História, enunciado frequentemente,
porém sem a tônica da Sua lição viva, que ainda não foi legitimamente
propagada, nem distribuída mediante os exemplos que clarifiquem a noite sombria
que pesa sobre a coletividade hodierna.
Abre,
assim, o coração e a mente a Jesus, deixando que neste Natal Ele celebre por
teu intermédio a epopeia festiva da paz, no meio em que estás convidado a servir,
colocando, desde agora, mas em definitivo, alicerces do amanhã feliz que todos
aguardamos, como início da era que Ele
anunciou e viveu.
Psicografia
de Divaldo Franco –Do Livro Celeiro de Bênçãos
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