segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Epopeia do Natal


Tema da semana: Natal, de 19 a 25 de dezembro de 2011.

Joanna de Ângelis

            As circunstâncias não poderiam ser piores. A ignorância predominava, triunfante, conclamando  as forças da barbaria e do crime que coroavam os arrebatados e aventureiros; a vilania se refugiava nos redutos de aparência respeitável, onde era aceita; a traição e a intriga se disputavam  primazia; os ideais de justiça e moral jaziam asfixiados sob o paul da licenciosidade; o povo padecia as mais duras humilhações,  entre opróbrios  e misérias de toda ordem... E a guerra decidia  a pujança do poder em que mãos deveria demorar.
            O homem era examinado pelas pegadas de sangue e lágrima que imprimia na jornada dos sucessos, e as leis subalternas ao carro da impiedade compactuavam com os poderosos que se alçavam à dominação arbitrária. As  paisagens políticas ultrajadas pela desídia dos “cabos  de guerra”, que se sucediam, intempestivos, deixavam marginalizados os fracos e os humildes que nada representavam no cômputo social  vigente. Vendê-los, extraditá-los, puni-los com a morte era direito natural dos governantes, que assim libertavam, de quando em  quando, a economia do Estado, da desagradável canga.
            Em tais circunstâncias nasceu Jesus! Mergulhou na convivência dos homens, tendo  como albergue modesta habitação de animais, ante a majestade da noite coroada de gemas estelares, enquanto os favônios varriam, perfumados, os arredores bucólicos da natureza em festa. E se espraiou num oceano de  amor entre os esquecidos, desprezados e perseguidos. Consciente da Justiça Divina, inaugurou o período da esperança, disseminando os valores da saúde espiritual com que renovou a Humanidade, tendo os olhos voltados para o futuro. Nunca se queixou nem receou. Carregou o fardo das  dores em incomparável silêncio e resignação. Tomou das coisas simples e teceu a túnica da vitória para os que lutassem valorosos e humildes, se m cansaço, até o fim. Atendeu a um príncipe - e o convidou ao  Reino, propondo-lhe a humildade. Escutou um jovem rico - e concitou-o à renúncia total a fim de alcançar o Reino. Atendeu a um cobrador de impostos - e estimulou-lhe a generosidade com que lobrigaria chegar ao Reino. No entanto, todos aqueles aos quais concedeu entrevistas, com exceção, uma que outra vez, eram os pecadores, convencionalmente denominados a ralé da sociedade em cujo bojo se guardam infelizes de muitas características...
            E ninguém igual a Ele! Recordando que estes são dias em que as circunstâncias evocam aquelas já passadas, faze uma pausa na alucinação que campeia avassaladora, facultando que nasça ou renasça no reduto do teu espírito o sêmen sublime do amor, em nome do Amor de todos os Amores  que, não obstante ter vindo há quase vinte séculos, se demora ignorado, apesar de ter o nome insculpido no frontispício da História, enunciado frequentemente, porém sem a tônica da Sua lição viva, que ainda não foi legitimamente propagada, nem distribuída mediante os exemplos que clarifiquem a noite sombria que pesa sobre a coletividade hodierna.
            Abre, assim, o coração e a mente a Jesus, deixando que neste Natal Ele celebre por teu intermédio a epopeia festiva da paz, no meio em que estás convidado a servir, colocando, desde agora, mas em definitivo, alicerces do amanhã feliz que todos aguardamos, como início da era que Ele  anunciou e viveu.
Psicografia de Divaldo Franco –Do Livro Celeiro de Bênçãos

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