segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A BUSCA DO SENTIDO EXISTENCIAL


Joanna de Ângelis



Existir significa ter vida, fazer parte do Universo, contribuir para a harmonia do Cosmos.
A existência humana  é  uma  síntese  de  múltiplas  experiências  evolutivas, trabalhadas  pelo  tempo  através  de  automatismos  que  se  transformam  em instintos e se transmudam nas elevadas expressões do sentimento e da razão.
À medida que  os  automatismos  biológicos  se  convertem  em  impulsos  dirigidos  —  ressalvados  alguns  que  permanecerão  sem  a  contribuição  da  consciência  —  o  ser  psicológico  passa  a  sobressair,  conduzindo,  de  início,  a  carga  dos  atavismos  que  deverão  ser  remanejados,  diluindo  aqueles  de  natureza  perturbadora  e  aprimorando  aqueloutros  que  se  transformarão  em  fontes de alegria, de prazer e de paz...
Simultaneamente, a razão abandona as brumas da  ignorância  que  a  entorpece  —  qual  cascalho  que  envolve  a  gema  preciosa  —  e  se  delineiam  objetivos  e  sentido  existencial  Enquanto  não  surge  essa  necessidade,  o primarismo  predomina,  e  o  ser,  não  obstante  em  estágio  de  humanidade, apenas  reage,  sem  saber  agir;  ambiciona  sem  discernir  para  que;  agride  ou deprime-se,  por  desconhecer  o  valor  da  luta  saudável,  sempre  desafiadora para  a  conquista  do  progresso.  Somente então, surgem as interrogações que fazem  parte  da  busca  do  sentido  existencial  a)  para  que  viver?  b) por que lutar?  c)  como  desenvolver  essa  capacidade  de  perseverar  até  alcançar  a meta?
A vida é inerente a tudo, e tentar explicar-lhe a causa, o motivo do Primeiro Movimento  que  lhe  deu  origem,  é  perder-se  em  elucubrações  filosóficas  e  religiosas  desnecessárias.  Aceitar-lhe  a  realidade  sem  discussão,  que  se  apresenta como fuga psicológica para o seu enfrentamento, é o primeiro passo.
Vive-se,  e  isso  é  incontestável.  Negá-lo,  significa  anular-se,  anestesiar  a capacidade de pensar.
Viver  da  melhor  forma  possível  é  o  desafio  imediato.  Viver  bem  —  desfrutando dos recursos que a Natureza e a inteligência proporcionam — para bem viver —realizações internas com o desenvolvimento ético adequado, que proporcionam bem-estar interior —, eis a razão por que lutar.
Tal  conquista  sempre  se  consegue  mediante  o  esforço  da  não  aceitação comodista, partindo-se para a luta de crescimento pessoal e de transformação  ambiental, que facultam a existência feliz.
O próprio esforço, na  mínima  realização  vitoriosa,  contribui  para  o  favorecimento da capacidade de se prosseguir conquistando as metas que, ao serem alcançadas, oferecem outras novas, que podem proporcionar melhores condições de plenitude e de integração na Consciência Cósmica.
Cada etapa vencida, portanto, mais capacita o ser para as porvindouras que lhe cumpre conquistar.  Experimentada uma vitória, surgem motivações especiais para o prosseguimento das lutas que acenam  conquistas  mais significativas,  particularmente  no  íntimo,  quando o  ser  psicológico  desabrocha e predomina sobre o conjunto fisiológico.


Psicografia de Divaldo Franco – Do Livro Amor Imbatível Amor

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