Joanna
de Ângelis
Existir significa ter vida, fazer parte do Universo,
contribuir para a harmonia do Cosmos.
A existência humana
é uma síntese
de múltiplas experiências
evolutivas, trabalhadas pelo tempo
através de automatismos
que se transformam
em instintos e se transmudam nas elevadas expressões do sentimento e da
razão.
À medida que
os automatismos biológicos
se convertem em
impulsos dirigidos —
ressalvados alguns que
permanecerão sem a
contribuição da consciência
— o ser
psicológico passa a
sobressair, conduzindo, de
início, a carga
dos atavismos que
deverão ser remanejados,
diluindo aqueles de natureza perturbadora
e aprimorando aqueloutros
que se transformarão
em fontes de alegria, de prazer e
de paz...
Simultaneamente, a razão abandona as brumas da ignorância
que a entorpece
— qual cascalho
que envolve a gema
preciosa
— e se delineiam objetivos
e sentido existencial
Enquanto não surge
essa necessidade, o primarismo
predomina, e o
ser, não obstante
em estágio de
humanidade, apenas reage, sem
saber agir; ambiciona
sem discernir para
que; agride ou deprime-se, por
desconhecer o valor
da luta saudável,
sempre desafiadora para a conquista do
progresso. Somente então, surgem as
interrogações que fazem parte da
busca do sentido
existencial a) para
que viver? b) por que lutar? c)
como desenvolver essa
capacidade de perseverar
até alcançar a meta?
A vida é inerente a tudo, e tentar explicar-lhe a
causa, o motivo do Primeiro Movimento
que lhe deu
origem, é perder-se
em elucubrações filosóficas
e religiosas desnecessárias. Aceitar-lhe
a realidade sem
discussão, que se apresenta
como fuga psicológica para o seu enfrentamento, é o primeiro passo.
Vive-se, e isso
é incontestável. Negá-lo,
significa anular-se, anestesiar
a capacidade de pensar.
Viver da melhor
forma possível é
o desafio imediato.
Viver bem — desfrutando
dos recursos que a Natureza e a inteligência proporcionam — para bem viver
—realizações internas com o desenvolvimento ético adequado, que proporcionam
bem-estar interior —, eis a razão por que lutar.
Tal
conquista sempre se
consegue mediante o
esforço da não
aceitação comodista, partindo-se para a luta de crescimento pessoal e de
transformação ambiental, que facultam a
existência feliz.
O próprio esforço, na mínima
realização vitoriosa, contribui
para o favorecimento da capacidade de se prosseguir
conquistando as metas que, ao serem alcançadas, oferecem outras novas, que
podem proporcionar melhores condições de plenitude e de integração na
Consciência Cósmica.
Cada etapa vencida, portanto, mais capacita o ser
para as porvindouras que lhe cumpre conquistar.
Experimentada uma vitória, surgem motivações especiais para o prosseguimento
das lutas que acenam conquistas mais significativas, particularmente no
íntimo, quando o ser
psicológico desabrocha e
predomina sobre o conjunto fisiológico.
Psicografia de Divaldo Franco – Do Livro Amor Imbatível Amor
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