Joanna de Ângelis
Muito cômodo atribuir-se o insucesso
das realizações a outrem, transferindo responsabilidades.
Incapaz de encarar o fracasso do verdadeiro
ângulo pelo qual deve ser examinado, o homem que faliu acusa os outros e
exculpa-se, anestesiando os centros do discernimento, mediante o que espera
evadir-se do desastre.
Há fatores de vária ordem que contribuem poderosamente em todo e qualquer cometimento
humano. O homem de ação, porém, graças aos seus valores intrínsecos reais,
responderá sempre pela forma como conduz o programa que tem em mãos para
executar. Assim, portanto, pelos resultados do empreendimento;
Pessoas asseveram em face dos desequilíbrios
que se permitem: “Não tinha outra alternativa. Fui induzido pelos maus amigos.”
Outras criaturas afirmam após a queda: “Os
Espíritos Infelizes ganharam a batalha, após a insistência e a perseguição que
eu não mais aguentava”.
Diversos justificam a
negligência, sob o amparo do desculpismo piegas e da desfaçatez indébita.
*
Luta sem desfalecimento e perseverança
no posto em qualquer circunstância são as honras que se reservam ao candidato
interessado na redenção.
O
vinho capitoso flui da uva esmagada.
O pão nutriente surge do trigo
triturado.
A água purificada aparece após
vencer o filtro sensível.
Os dons da vida se multiplicam
mediante as contribuições poderosas da transformação, da renovação, do
trabalho.
Não te escuses dos dissabores e desditas,
acusando o teu irmão. Mesmo que ele haja contribuído para a tua ruína, és o
responsável. Porque agiste de boa-fé com leviandade, ou tutelado pela
invigilância, não te deves acreditar inocente.
Cada um sintoniza com o que lhe apraz e
afina.
O Evangelho na sua beleza e candidez de
linguagem, registra e nos recorda a incisa e concisa lição do Mestre: “Sede
mansos como as pombas e prudentes como as serpentes.”
Sem que estejas em posição belicosa, colocado
em situação contrária, abre a alma ao amor para com todos, porém vigia “o
coração porque dele procedem as nascentes da vida”.
Diante de qualquer fracasso, refaze as forças,
assume responsabilidades e tenta outra vez. Quiçá seja esse o feliz instante de
acertares logrando êxito.
Psicografia de Divaldo Franco – Do Livro Leis Morais da Vida
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