Vianna
de Carvalho
Escolho à educação e ao exercício da
mediunidade, a obsessão é vérmina a corroer o organismo emocional e físico da
criatura humana.
Somente ocorre a parasitose obsessiva quando
existe o devedor que se lhe torna maleável, na área da consciência culpada, que
sente necessidade de recuperação.
Conservando a matriz da inferioridade moral
no cerne do ser, o espírito devedor faculta a vinculação psíquica da sua antiga
vítima, que se lhe torna, então, cruel cobardor, passando à posição de verdugo
alucinado.
Estabelecida a sintonia, o vingador
ensandecido passa a administrar, por usurpação, as energias que absorve e lhe
sustentam o campo vibratório no qual se movimenta.
A obsessão é obstáculo à correta educação da
mediunidade e ao exercício edificante, face à instabilidade e insegurança de
que se faz portadora.
A síndrome obsessiva, no entanto, revela a
presença da faculdade mediúnica naquele que sofre o constrangimento espiritual
dos maus espíritos, pois estes somente a exercem como expressão da ignorância e
loucura de que se fazem objeto, infelizes que também o são nos propósitos que
alimentam e nas ações que executam.
A desorientação mediúnica, em razão de uma
prática irregular, faculta obsessões por fascinação e subjugação a longo prazo,
de recuperação difícil, quando não irreversível...
Nesse sentido, a parasitose obsessiva pode,
após demorado curso, dar lugar à distonia nervosa, o que facilita a instalação
da loucura em suas variadas manifestações.
No princípio, a obsessão pode ser confundida
com alguma dessas manifestações psicopatológicas, tais a neurose, a psicose, e,
às vezes, a esquizofrenia...
É necessário muito cuidado para uma diagnose
exata nessa área, pois que a fronteira entre uma dessas perturbações mentais e
a interferência espiritual deletéria é muito sutil.
Não é, porém, a mediunidade que responde pela
eclosão do fenômeno obsessivo. Aliás, através do cultivo correto das faculdades
mediúnicas é que se dispõe de um dos antídotos eficazes para esse flagelo,
porquanto por meio delas se manifestam os perseguidores desencarnados, que se
desvelam e vêm esgrimir as falsas razões nas quais se apoiam , buscando
justificar a insânia.
Será, todavia, a transformação pessoal e
moral do paciente que lhe concederá a recuperação da saúde mental, libertando-o
do cobrador desnaturado.
O processo de reequilíbrio, porém, é lento,
exigindo altas doses de paciência e de amor por parte do enfermo, como daqueles
que lhe compartilham a experiência afetiva, social, familiar.
Sujeita a recidivas, como é compreensível,
gera desconforto e desânimo, levando, desse modo, os que nela se encontram
incursos ao abandono da terapia refazente, à desistência da luta,
entregando-se, sem qualquer resistência, e deixando-se consumir.
Não se manifesta, entretanto, a alienação por
obsessão exclusivamente no exercício da mediunidade, sendo comum a sua
ocorrência em pessoas totalmente desinformadas e desconhecedoras dos mecanismos
da sensibilidade psíquica... Iniciando-se o processo com sutileza ou irrompendo
com violência, torna-se o indivíduo, após corrigida a desarmonia, portador de
faculdades mediúnicas que jaziam em latência, graças às quais aquela se pôde
manifestar.
Seja, porém, qual for o processo através de
cujo mecanismo se apresente, a obsessão resulta da identificação moral de
litigantes que se encontram na mesma faixa vibratória, necessitados de
reeducação, amor e elevação.
A mediunidade constitui abençoado meio para
evitar, corrigir e sanar os processos obsessivos, quando exercida
religiosamente, isto é, com unção, com espírito de caridade, voltada para a
edificação do “Reino de Deus” nas mentes e nos corações.
Nenhum médium, todavia, ou melhor dizendo,
pessoa alguma está indene a padecer de agressões obsessivas, cabendo a todos a
manutenção dos hábitos salutares, da vigilância moral e da oração mediante as
ações enobrecidas, graças aos quais se adquirem resistências e defesas para o
enfrentamento com as mentes doentias e perversas que pululam na erraticidade
inferior e se opõem ao progresso do homem, portanto, da humanidade.
Esse comércio psíquico pernicioso, o da
obsessão, é muito mais expressivo entre os homens e os espíritos desencarnados
doentes do que se supõe, merecendo o estudo e a atenção daqueles que se
interessam por equacionar os graves problemas que perturbam a economia
emocional e moral da sociedade.
A obsessão, no exercício da mediunidade, é
alerta que não pode ser desconhecido, constituindo chamamento à
responsabilidade e ao dever.
Mesmo Jesus, o Médium Superior e Irretocável,
viu-se a braços com obsessores, obsidiados e tentações promovidas por mentes
perversas do além-túmulo, para as quais a Sua foi sempre a atitude de amor,
energia e caridade, encaminhando-os ao Pai, de Quem procedem todas as mercês e
dádivas.
Psicografia de Divaldo Franco do livro
Médiuns e Mediunidade
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