Obsessão sexual
Alex Leonardo
Existem obsessões de variados
tipos, desde as simples até as mais graves que levam a perturbação das
faculdades psíquicas. As obsessões podem ser classificadas de três tipos
básicos: as por vingança, as por vícios e as de interesse; esses, porém, não
são os únicos, ocorrem muitos outros fenômenos obsessivos e existem situações
em que elas se misturam numa espécie de associação.
A obsessão é a interferência de
um espírito na vida de um encarnado. Essa é apresentação mais simples, mas há
variações múltiplas, como, por exemplo, um encarnado obsidiar um espírito
desencarnado, etc.
Na obsessão por vingança Kardec
esclarece:
“O Espírito mau espera que o
outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre,
para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais
caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão,
sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e
possessão. O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma
vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a
sofre deu lugar pelo seu proceder.”
Allan Kardec classificou a
obsessão em três graus de sucessão ou níveis; a obsessão simples, a fascinação
e a subjugação, nesse último estágio o indivíduo perde controle sobre seu
corpo. Como no caso anterior sabemos que essa classificação é didática, pois
existe um leque de variações.
Gostaria de destacar a obsessão
que se mistura entre vício e interesse. É a obsessão sexual.
Na obsessão sexual o indivíduo
está asfixiado por conteúdo mental obsceno. Sua mente está entupida de imagens
sensuais, erotismo, masturbação, seus olhos estão sempre à busca de imagens que
alimentem suas fantasias, seu desejo é ter uma ocasião, ou criar a mesma, para
dar vasão aos seus conflitos, as sensações fortes, materializando aquilo que
sua mente deseja.
É um caso de obsessão por vícios
e num caso como esse sempre existe um componente espiritual, ou seja, um ou
mais espíritos se associando ao encarnado, muitas vezes dirigindo ou
assessorando-o em suas aventuras no mundo dos prazeres e apetites sexuais.
O espírito obsessor pode, por
exemplo, manipular os pensamentos do encarnado projetando imagens sensuais em
sua mente. Pode também inspirar-lhe o desejo pelo sexo, atraindo-o ao encontro
de uma relação ou inspirando outras pessoas para que o busquem, e nessa situação
sempre haverá a participação de espíritos nos atos sexuais do indivíduo.
Dependendo do grau de
comprometimento os espíritos que obsidiam um encarnado podem está na condição
de vampiros, caracterizando o vampirismo sexual. Numa situação como essa podemos
verificar a presença inclusive de espíritos ovoides; espíritos numa condição
muito triste e que vivem numa monoideia. São espíritos que perderam a forma
humana pelo vício mental de canalizar uma único desejo, no caso o sexo.
Esses espíritos são atraídos ou
colocados na aura do encarnado por outros espíritos. Depositados nos centros de
força, chakras, causam grave perturbação mental, inspirando incessantemente o
desejo sexual, aí nesse caso o desejo do encarnado se associa com o desejo do
espírito, passando inclusive o espírito a dirigir os desejos do encarnado. O que
hora poderia se pensar ser uma manifestação particular se torna um desejo de um
espírito obsessor. Significa dizer que não se trata de uma vontade íntima a
busca pelo sexo, mas sim um desejo de um espírito que o inspira, seja com
lembranças, com projeções de atos sexuais, de imagens sensuais e até de tato.
No caso do tato o espírito manipula o órgão genital fazendo com que o
encarnado, por exemplo, tenha ereção, para um homem, promovendo sensações que
despertem o desejo sexual e ao mesmo tempo que promove o tato projeta imagens
em sua mente completando o recurso obsessivo. Observamos muito esse caso
durante o sono do corpo físico. Durante o sono o ser humano perde, por assim
dizer, um pouco a razão, o discernimento, a lucidez e está mais vulnerável a um
‘ataque’ como esse; sua consciência está nublada e não consegue fazer distinção
do que é real do que não é. A situação se torna muito mais complicada quando o
obsidiado não tem ideia da realidade espiritual, da reencarnação, pois se torna
presa e marionete dos espíritos que o vampirizam.
Mas tudo começa no pensamento, no
desejo que se cultiva. Um pensamento bom atrairá coisas boas, um pensamento mal
atrairá coisas ruins. É a lei de sintonia, ação e reação. É pelo pensamento que
atraímos os espíritos, dependendo do tipo de cultivo mental estaremos assessorados
por espíritos de mesmo calibre ou naipe. Nossos vícios sejam eles quais forem
receberão o contributo do mundo espiritual. No sexo não há exceção, o sexólotra
atrairá espíritos também sexólotras ou piores. O passado reencarnatório também
terá grande peso. Hoje o efeito, ontem a causa e o amanhã dependerá do
presente. Mas no presente somos responsáveis por nossas escolhas, nosso senso
crítico de avaliar o que é moral do que não é; podemos nos redimir do passado
modificando no presente nossas más inclinações, reconhecer nossos erros é nosso
primeiro passo, o segundo é a reparação deixando de fazer aquilo que nos
prejudica, fazendo o que não foi feito e alterando nossa conduta. Jesus ensinou
“conhecereis a verdade e ela vos libertará”. E é nesse autoconhecimento que
vamos olhar para dentro de si mesmo. Então surge o arrependimento, a luz brilha
em nosso caminho, soou o nosso despertar, despertar para a realidade da vida,
para suas reais necessidades.
E nesse capítulo das obsessões
existe ainda aquela que visa reencarnação, as de interesse. Espíritos desejosos
de reencarnar dependendo da sua moralidade irão criar embaraços em nossa vida
chegando ao pondo de se transformarem em obsessores empedernidos, insistentes, que
criarão ilusões e falsas necessidades em nossa mente objetivando seu retorno ao
mundo físico e muitos deles causarão dor e sofrimento. Se utilizando das mesmas
técnicas da obsessão, usando outros espíritos para facilitar o processo.
Vejamos um trecho do livro Vida e
Sexo de Emmanuel:
“E que os filhos
jamais acusem os pais pelo
curso complexo ou difícil em que
se vejam no colégio
da existência humana, porquanto, na
maioria das ocasiões,
foram eles mesmos, os
filhos, que, na
condição de Espíritos desencarnados,
insistiram com os pais, através de afetuoso constrangimento ou suave
processo obsessivo, para que os trouxessem, de novo, à oficina de valores físicos, de cujos
instrumentos se mostravam carecedores,
a fim de
seguirem rumo correto,
no encalço da própria emancipação.”
Por esse motivo, não descuidemos
da razão, do nosso livre arbítrio, vigiemos, seremos responsáveis pelas
escolhas que façamos e tenhamos cuidado com nossos desejos, pois muitos deles
podem não passar de simples inspiração espiritual. Em nossa consciência temos
gravadas as leis de Deus, façamos um balanço geral de nossa vida e vejamos se o
‘que queremos é necessidade mesmo’. Nossa consciência jamais irá nos enganar,
quando não estamos movidos pelos desejos animalizantes, pela cobiça, pela
posse, pelo poder, pelas paixões humanas enfim, sempre nos revelará o melhor
caminho.
Confiemos em Deus, em sua
infinita misericórdia e sejamos conscientes do que estamos fazendo de nossas
vidas. Jesus ensinou “buscai e achareis, batei e se vos abrirá”. Então que
busquemos o melhor caminho para nossas vidas, que manejemos com cuidado o timão
do barco da vida, pois haverá tempestades, ondas violentas que tentarão
naufragar-nos.
Seremos sim responsáveis por
nossas escolhas e colheremos os frutos da semeadura.
A obsessão sexual tem cura que
começa na mente do obsidiado, em sua mudança para melhor.
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