terça-feira, 31 de março de 2015

Presença do Codificador

Tema da semana
Missão dos Profetas
De 30/03/2015 a 05/04/2015

Allan Kardec

4 –Atribui-se geralmente aos profetas o dom de revelar o futuro, de maneira que as palavras profecia e predição se tornaram sinônimas. No sentido evangélico, a palavra profeta tem uma significação mais ampla, aplicando-se a todo enviado a Deus, com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas, os mistérios da vida espiritual. Um homem pode, portanto, ser profeta, sem fazer predições. Essa era a ideia dos judeus, no tempo de Jesus. Eis porque, ao ser levado perante o sumo sacerdote Caifás, os Escribas e os Anciãos, que estavam ali reunidos, lhe cuspiram no rosto e lhe deram socos e bofetadas, dizendo: “Cristo, profetiza, e dize quem foi que te bateu”. Houve profetas, entretanto, que tiveram a presciência do futuro, seja por intuição ou por revelação providencial, a fim de transmitirem advertências aos homens. Como essas predições se realizaram, o dom de predizer o futuro foi considerado como um dos atributos da qualidade de profeta.

Em sentido restrito, profeta é aquele que adivinha,
prevê ou prediz o futuro. No Evangelho, entretanto,
esse termo tem significação mais extensa, aplicando-se
a todos os enviados de Deus com a missão de edificarem
os homens nas coisas espirituais, mesmo que não façam profecias.
Referência: CALLIGARIS, Rodolfo.
O Sermão da Montanha. 16a
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
– Pelos seus frutos os conhecereis


sábado, 28 de março de 2015

EM TORNO DA MEDIUNIDADE

Emmanuel



Ser médium não é simplesmente fazer-se veículo de fenômenos que transcendem a alheia compreensão.

Acima de tudo, é indispensável entendamos na faculdade mediúnica a possibilidade de servir, compreendendo-se que semelhante faculdade é característica de todas as criaturas.

Acontece, porém, que o homem espera habitualmente pelas entidades protetoras em horas de prova e sofrimento, para arremessar-se ao estudo e ao trabalho quase sempre com extremas dificuldades de aproveitamento das lições que o visitam, quando o nosso dever mais simples é o de seguir, em paz, ao encontro da Espiritualidade Superior, movimentando a nossa própria iniciativa, no terreno firme do bem.

A própria natureza é pródiga de ensinamentos nesse particular.

A terra é médium da flor que se materializa, tanto quanto a flor é medianeira do perfume que embalsama a atmosfera.

O Sol é médium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem é o instrumento do progresso planetário.

Todos os aprendizes da fé podem converter-se em médiuns da caridade através da qual opera o Espírito de Jesus, de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva.

Ampara aos teus semelhantes e encontrarás a melhor fórmula para o seguro desenvolvimento psíquico.

Na plantação da simpatia, por intermédio de uma simples palavra, estabelecemos, em torno de nós, renovadora corrente de auxílio.

Não aguardes o toque de inteligências estranhas à tua, para que te transformes no canal da alegria e da fraternidade, a benefício dos outros e de ti mesmo.


Francisco Cândido Xavier - Livro Mediunidade e Sintonia

quinta-feira, 26 de março de 2015

AS DUAS FACES

Tema da semana
Avareza
De 23/03/2015 a 29/03/2015

Joanna de Ângelis


Afirma-se que um famoso pintor do Renascimento, quando pintava um quadro sobre o menino Jesus e Judas, após conceber a tela e fazer os primeiros estudos, procurou uma criança que lhe servisse de modelo para a face do Mestre, na infância.

Após procurá-la em muitos lugares, fortuitamente encontrou um pequeno sujo que brincava nas ruas, porém retratava no olhar e na face toda a pureza, bondade, beleza e ternura que se podia conceber.

Explicando-lhe o que desejava, e ante a anuência da família, o pintor levou-o a posar no seu atelier, retribuindo-lhe o trabalho com expressiva soma em moedas de ouro.

Concluída a primeira etapa, o artista pôs-se a buscar alguém que lhe pudesse oferecer o rosto de Judas.

Em mercados e praças públicas, tavernas e antros de costumes perniciosos por onde esteve à procura, não encontrou ninguém que se assemelhasse, em aparência, ao discípulo equivocado.

Já desanimava de o encontrar, deixando a tela inacabada, quando, em visita a uma tasca de má qualidade, se deparou com um delinquente e ébrio, em cujo olhar e semblante se encontravam os conflitos do traidor, conforme a concepção que dele fazia.

A barba hirsuta, a cabeleira mal cuidada, eram a moldura para o olhar inquieto, desconfiado, num rosto contorcido pelo desconforto íntimo, formando um conjunto de dor e revolta, insegurança e arrependimento ímpares.

Comovido com o fato, o artista convidou o bandido para posar, o qual anuiu sob a condição de régio pagamento.

O pinto começou a obra e percebeu, ao fim de algumas sessões, que a face congestionada do modelo se modifica a cada dia, perdendo a agressividade e a perturbação.

Indagado a respeito, aquele explicou: Posando, nesta sala, recordo-me de outras sessões, quando servi ao senhor de modelo para a face do Menino Jesus…

E prosseguiu, ante o artista vivamente impressionado: Eu sou aquele em cujo rosto o senhor encontrou a paz e a beleza do justo traído… O dinheiro que ganhei, em face da minha imaturidade, mais tarde pôs-me a perder e, de queda em queda, numa noite em que me embriagara, por uma disputa insignificante matei outro homem. Condenado, num julgamento arbitrário, envenenei-me de ódio…

Recordando-me daquele tempo, retorno, emocionalmente, a ele e me acalmo…

Paradoxalmente, o mesmo indivíduo ficou retratado na face de Jesus Menino e de Judas, em duas fases diferentes da mesma vida.

Nem sempre a pobreza é provação dolorosa.

No conforto e na fortuna podem desenvolver-se os germes do crime e da ruína, quando não se têm fortalecidos os valores morais para se enfrentar as ocorrências.

O dinheiro, por isso, não é responsável pelo bem ou pelo mal, sendo veículo para uma outra ação, conforme se faz dirigido.

As resistências morais, geradoras das virtudes, desabrocham em qualquer campo, malgrado o homem se encontre na riqueza ou no desconforto econômico e moral, devendo ser cultivadas para que os sentimentos superiores predominem e estruturem a personalidade.
*
Aprende a conviver e a dirigir a vida com pouco, a fim de treinares a condução dos haveres, quando te cheguem.

Exerce a generosidade, em qualquer situação, de modo a vencer a avareza e o instinto de posse, ante os recursos transitórios do mundo.

Chamado a qualquer posição, na abastança ou na escassez, mantém a face do equilíbrio, que seja consequência da tua paz de espírito, devendo prosseguir inalterada.




Psicografia de Divaldo Franco do livro “Seara do Bem”
AVAREZA
Jair Presente

Avareza é um mal sem nome
No entanto, se bem me explico,
É um homem que passa fome
Para ser defunto rico.

Do livro "Palco Iluminado"
Psicografia de Francisco Cândido Xavier


terça-feira, 24 de março de 2015

AVAREZA

Tema da semana
Avareza
De 23/03/2015 a 29/03/2015

Emmanuel

"E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza,
 porque a vida de cada um não consiste na
abundância das coisas que possui."
- (LUCAS, 12:15.)

Fujamos à retenção de qualquer possibilidade sem espírito de serviço.

Avareza não consiste apenas em amealhar o dinheiro nos cofres da mesquinhez.

As próprias águas benfeitoras da Natureza, quando encarceradas sem preocupação de benefício, costumam formar zonas infecciosas. Quem vive à cata de compensações, englobando-as ao redor de si, não passa igualmente de avaro infeliz.

Toda avareza é centralização doentia, preparando metas de sofrimento.

Não basta saber pedir, nem basta a habilidade e a eficiência em conquistar. É preciso adquirir no clima do Cristo, espalhando os benefícios da posse temporária, para que a própria existência não constitua obstáculo à paz e à alegria dos outros. Inúmeros homens, atacados pelo vírus da avareza, muito ganharam em fortuna, autoridade e inteligência, mas apenas conseguiram, ao termo da experiência, a perversão dos que mais amavam e o ódio dos que lhes eram vizinhos.

Amontoaram vantagens para a própria perda. Arruinaram-se, envenenando, igualmente, os que lhes partilharam as tarefas no mundo. Recordemos a palavra do Mestre Divino, gravando-a no espírito.

A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo aos desígnios do Supremo Senhor. 

Livro: Vinhas de Luz - Emmanuel
 Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis, essa energia, no coração dele, denomina-se avareza [...].
Referência: XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 33a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 91


sábado, 21 de março de 2015

Advertência aos médiuns

Manoel Philomeno de Miranda


Allan Kardec afirmou com sabedoria que a mediunidade é “apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos em geral.”

Por essa e outras razões, os médiuns não se podem vangloriar de haverem sido eleitos como missionários da Nova Era, deixando-se sucumbir aos tormentos da fascinação sutil ou extravagante.

A atividade mediúnica, por isso mesmo, constitui oportunidade abençoada para o aperfeiçoamento intelecto-moral do indivíduo, que se permitiu dislates em reencarnações anteriores, comprometendo-se em lamentáveis situações espirituais.

A mediunidade é, portanto, um ensejo especial para a autorrecuperação, devendo ser utilizada de maneira dignificante, em cujo ministério de amor e de caridade será encontrada a diretriz de segurança para o reequilíbrio.

Quando se trata de mediunidade ostensiva, com mais gravidade devem ser assumidos os deveres que lhe dizem respeito, porquanto maior se apresenta a área de serviço a ser desenvolvido.

Em qualquer tipo de realização nobilitante sempre se enfrentam desafios e lutas, em face do estágio evolutivo em que se encontram os seres humanos e o planeta terrestre. É natural que haja alguma indiferença pelo que é bom e elevado, quando não se apresentam hostilidades em trabalho impeditivo da sua divulgação.

Sendo a mediunidade um recurso que possibilita o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual, as mentes desprevenidas ou ainda arraigadas na perversidade tudo investem para impedir que o fenômeno ocorra de maneira saudável, proporcionando, assim, os meios para restabelecer-se a ordem moral e confirmar-se a imortalidade do ser, propondo-lhe equilíbrio e venturas no porvir.

Não são poucos os obstáculos a serem transpostos por todo aquele que se candidata ao relevante labor mediúnico. Os primeiros encontram-se no seu mundo íntimo, nos hábitos doentios a que se acostumou no pretérito, quando permaneceu distanciado dos deveres morais, criando problemas para o próximo, que resultaram em inquietações para si mesmo. A luta a ser travada, para a superação do desafio, ninguém vê, exceto aquele que está empenhado no combate em favor da autolibertação, impondo-se a necessidade de rigorosas disciplinas que possam proporcionar-lhe novas condutas saudáveis, capazes de facilitar-lhe a execução das tarefas espirituais sob a responsabilidade e comando dos Mensageiros do Senhor.

O estudo consciente da faculdade mediúnica e a vivência dos requisitos morais são, a seguir, outro grande desafio, por imporem condições de humildade no desempenho das tarefas, tomando sempre para si as informações e advertências que lhe chegam do Mais Além, ao invés de transferi-las para os outros.

O médium sincero, mais do que outro lidador laborioso em qualquer área de ação, encontra-se em constante perigo, necessitando aplicar a vigilância e a oração com frequência, de modo a manter-se em paz ante o cerco das Entidades ociosas e vingadoras da erraticidade inferior. Isto porque, comprazendo-se na prática do mal, a que se dedicam, as mesmas transformam-se em inimigos gratuitos de todos aqueles que lhes parecem ameaçar a situação em que se encontram.

Por isso mesmo, a prática mediúnica reveste-se de seriedade e de entrega pessoal, não dando espaço para o estrelismo, as competições doentias e as tirânicas atitudes de agressão a quem quer que seja...

Devendo ser passivo o médium, a fim de bem captar o pensamento que verte das Esferas superiores, o seu comportamento há de caracterizar-se pela jovialidade, pela compreensão das dificuldades alheias, pela compaixão em favor de tudo e de todos que encontre pelo caminho.

As rivalidades entre médiuns, que sempre existiram e continuam, defluem da inferioridade moral dos mesmos, porque a condição mais relevante a ser adquirida é a de servidor incansável, convidado ao trabalho na Seara por Aquele que é o Senhor.

Examinar com cuidado as comunicações de que se faz portador, evitando a divulgação insensata, de temas geradores de polêmica, a pretexto de revelações retumbantes, e defendê-los, constitui inadvertência e presunção, por considerar-se como o vaso escolhido para as informações de alto coturno, que o mundo espiritual libera somente quando isso se faz necessário. Jamais esquecer, quando incluído nessa categoria, que o caráter da universalidade do ensino, conforme estabeleceu o mestre de Lyon, é fundamental para demonstrar a qualidade e a origem do ensinamento, se pertencente a um Espírito ou se, em chegando o momento da sua divulgação entre as criaturas humanas, procede da Espiritualidade superior.

Quando se sente inspirado a adotar comportamentos esdrúxulos, informações fantasiosas e de difícil confirmação, materializando o mundo espiritual como se fosse uma cópia do terrestre e não ao contrário, certamente está a desserviço do Bem e da divulgação do Espiritismo.

O verdadeiro médium espírita é discreto, como corresponde em relação a todo cidadão digno, evitando, quanto possível, o empenho em impor as revelações de que se diz instrumento.

De igual maneira, quando o médium passa a defender-se, a criticar os outros, a autopromover-se demais, encontra-se enfermo espiritualmente, a caminho de lamentável transtorno obsessivo ou emocional.

A sua sensibilidade é considerada não apenas pelo fato de receber os Espíritos superiores, mas pela facilidade de comunicar-se com todos os Espíritos, conforme acentua o insigne Codificador.

Assim deve considerar, porque a mediunidade é, em si mesma, neutra, podendo ser encontrada em todos os tipos humanos, razão pela qual não se trata de uma faculdade espírita, porém, humana, que sempre existiu em todas as épocas da sociedade, desde os tempos mais remotos até os atuais.

No trabalho silencioso e discreto do atendimento aos sofredores, seja no seu cotidiano em relação aos companheiros da romagem carnal, seja nas abençoadas reuniões de atendimento aos desencarnados em agonia, assim como àqueles que se rebelaram contra as Leis da Vida, encontrará o medianeiro sincero inspiração e apoio para a desincumbência da tarefa que abraça.

Dedicando-se ao labor da caridade sem jaça, granjeia o afeto dos Espíritos elevados, que passam a protegê-lo sem alarde e a inspirá-lo nos momentos de dificuldades e de sofrimentos, consolando-o nos testemunhos e na solidão que, não raro, dominam-lhe as paisagens íntimas. Consciente da responsabilidade que lhe diz respeito, não se preocupa com as louvaminhas e os aplausos da leviandade, em agradar os poderosos e os insensatos que o buscam, por compreender que está a serviço da Verdade, que, infelizmente, ainda, como no passado, não existe lugar para a sua instalação. Dessa forma, mantém-se fiel à sua implantação interna, vivendo-a de maneira jovial e enriquecedora, dando mostras de que o Reino de Deus instala-se a princípio no coração, de onde se expande para o mundo transcendente.

Tem cuidado na maneira pela qual exterioriza as informações recebidas, dando-lhes sempre o tom de naturalidade e de equilíbrio, evitando o deslumbramento que a ignorância em torno da sua faculdade sempre reveste com brilho falso os seus portadores.

Jamais se deve permitir a presunção, acreditando-se irretocável, herdeiro da memória e dos valores dos missionários do passado próximo ou remoto, tendo em Jesus Cristo, e não em pessoa alguma, o seu guia e modelo.

Despersonalizar-se para que nele se reflita a figura incomparável do Mestre de Nazaré, eis uma das metas a conquistar, recordando-se de João Batista, que informou sobre a necessidade de diminuir-se para que Ele crescesse, considerando-se indigno de atar as amarras das Suas sandálias...

A mediunidade é instrumento que se pode transformar em vínculo de luz entre a Terra e o Céu, ou furna de perturbação e sofrimento onde se homiziam os invigilantes e desalmados, em conflitos e pugnas contínuas.

A faculdade, em si mesma, é portadora de grande potencialidade para proporcionar a felicidade, quando o indivíduo que a aplica no Bem procura servir com bondade e alegria, evitando a disputa das glórias mentirosas do mundo físico, assim como os desvios de conduta responsáveis pelas quedas morais da sua aplicação indevida.

As trombetas do mundo espiritual ressoam hoje, como em todos os tempos, nas consciências alertas, convocando os corações afetuosos para o grande empreendimento de iluminação de vidas e de sublimação de sentimentos, atenuando as dores expressivas deste momento de transição de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.

Aos médiuns dignos e sinceros cabe a grande tarefa de preparar o advento da Era Nova, conforme o fizeram aqueles que se tornaram instrumento das mensagens libertadoras que foram catalogadas por Allan Kardec, nos seus dias, elaborando a Codificação Espírita, e que se mantêm atuais ainda hoje, prosseguindo certamente pelos dias do futuro.

Que os médiuns, pois, se desincumbam do compromisso e não da missão, como alguns levianamente a interpretam, gerando simpatia e solidariedade, unindo as pessoas numa grande família, que a constituem, e sustentando-lhes a sede e a fome de luz e de paz, de esperança e de amor, como somente sabem fazer os Guias da Humanidade a serviço de Jesus.

Psicografia de Divaldo Franco, na tarde de 16 de abril de 2009, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.


terça-feira, 17 de março de 2015

ESPIRITISMO E EVANGELHO

Tema da semana
O consolador prometido
De 16/03/2015 a 22/03/2015

Emmanuel

Decididamente, o Espiritismo é o movimento libertador das consciências em sua gloriosa tarefa de reestruturar o mundo.

A princípio, a ciência experimentou-o.

Em seguida, a filosofia codificou-lhe os princípios.

Agora, porém, urge cristianizar-lhe os princípios. 
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Não basta desvelar o horizonte, nem doutrinar a multidão para a grande jornada. É imperioso traçar um roteiro de trabalho e cumpri-lo, para que não alcancemos a eminência do monte, desconhecendo a luz e a grandeza do serviço que nos cabe desenvolver, junto a ela.

Eis porque, na curva descendente da civilização em que vivemos, clamamos pelo cultivo da Sementeira Divina do próprio homem, para que se lhe desate no coração a sagrada herança de amor e sabedoria. 
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A hora é naturalmente grave pelas nuvens de incompreensão que turvam
os dias porvindouros.

Não nos cansaremos de repetir a advertência, porque o sábio da desintegração atômica ainda se acha envenenado pelo vírus da hegemonia política; a inteligência que se eleva com asas metálicas à imensidão do firmamento estuda os processos mais eficazes de operar a destruição em baixo, e o raciocínio que escreve páginas comovedoras nem sempre se levanta para o idealismo superior.
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Antigamente, o laboratório poderia pesquisar sozinho e a academia justificava a exclusividade do ministério da discussão. Hoje, contudo, meus amigos, a Doutrina Consoladora exige a aliança de todos os valores para que o cérebro e o coração permaneçam a serviço do Cristo, na obra da fraternidade e da paz.
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Em verdade, nenhum de vós outros alegará desconhecimento, com respeito às tempestades renovadoras que se aproximam. Ninguém pode prever o curso da negra torrente do ódio e da incompreensão no Planeta, em face do movimento apocalíptico que esboça nos caminhos do mundo...
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Em razão disso, a meditação com aproveitamento das horas, na construção dos alicerces do Terceiro Milênio, constitui imperativo fundamental do esforço moderno em todos os bastidores espiritualistas da atualidade.
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É necessário estender mais luz em derredor da senda humana.

O Espiritismo descortina.

O Evangelho, contudo, orienta.

O Espiritismo informa.

O Evangelho, todavia, ilumina.

O Espiritismo entusiasma.

O Evangelho, porém, santifica.

O Espiritismo leciona.

O Evangelho, no entanto, define. 
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É preciso enfrentar o problema de nossa própria luta regenerativa para que a renovação interior se processe segura e definitiva. 
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Nos primórdios da Causa, era natural que a pergunta sistematizada e o
conflito verbal dominassem as fontes da revelação, mas nos tempos que correm é imprescindível que o manancial do bem dimane cristalino do centro de nós mesmos a benefício do mundo. 
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Antes do conhecimento iluminativo, compreendia-se o impulso com que nos abeirávamos do Plano Superior, sentindo-nos famintos da graça e esperando que o Senhor a dispensasse, à maneira de um rei terrestre em sua carruagem de púrpura e flores, cercada de mendigos.
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Entretanto, nos dias abençoados que vos assinalam a experiência purificadora, é indispensável preparar a acústica do ser, para que ouçamos a voz do Céu, que nos pede o coração de modo a consagra-lo ao serviço redentor da Humanidade.
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Assim, pois, meus amigos, indagando ou ensinando, crendo ou investigando, estudando ou discutindo, não nos esqueçamos, em Jesus, da religião do sacrifício, com a inteligência evangelizada, convertendo as nossas mãos pelo trabalho incessante, na fraternidade e na sublimação do mundo, em asas de sabedoria e de amor para a Vida Imortal.
Do Livro “Doutrina de Luz” , Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

O Espiritismo é a senda que conduz à renovação, porque destrói os dois maiores obstáculos que se opõem a essa renovação: a incredulidade e o fanatismo; porque faculta uma fé sólida e esclarecida; desenvolve todos os sentimentos e todas as ideias que correspondem aos modos de ver da nova geração, pelo que, no coração dos representantes desta, ele se achará inato e em estado de intuição. [...]
Referência: KARDEC, Allan. Obras póstumas. Traduzida da 1a ed. francesa por Guillon Ribeiro. 37a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - pt. 2, A minha primeira iniciação no Espiritismo


sábado, 14 de março de 2015

Dignificação Mediúnica

João Cléofas


A mediunidade, dignificada pelo Evangelho de Jesus, é instrumento para a evolução dos seres.

Ponte colocada entre o mundo espiritual e o terrestre, ela é o instrumento que demonstra a sobrevivência da alma, ao mesmo tempo canalizando a orientação e o conforto para ambos os planos da vida.

Trazendo as informações libertadoras da sobrevivência, prepara os homens para o momento glorioso da sua libertação, e, quando estes, por equívocos ou indolência na fé, ou desprezo às leis da justiça, desencarnam em perturbação, eis que, os que permanecem no mundo, esclarecidos, fazem-se psicoterapeutas, orientando-os, para que melhor se engajem nas exposições novas.

Como decorrência natural, o estabelecimento hebdomadário das reuniões de caráter mediúnico constitui oficina de serviço edificante, no qual a enfermagem espiritual desempenha papel relevante, libertando os seres algemados na ignorância, acalmando desesperações incomensuráveis e abrindo portas de luz para aqueles que se enclausuraram nas sombras.

A mediunidade, orientada pela visão espírita, é o permanente pentecostes propiciador de consolações e de esperanças, para que o trânsito carnal se torne menos áspero e o ingresso na pátria, em ressurreição gloriosa, seja triunfante.

Psicografia de Divaldo Franco do livro “Suave luz nas sombras”


quinta-feira, 12 de março de 2015

Exaltação à Vida

Tema da semana
Vida
De 09/03/2015 a 15/03/2015

Joanna de Ângelis


A vida quer que se expresse, é desafio que merece reflexão.

Inata, em todas as coisas, dorme no mineral por milhões de anos até sonhar no vegetal, quando tem início o despertar das suas potencialidades extraordinárias e de difícil apreensão mesmo pelas inteligências mais primorosas.

Atravessando o silêncio dos tempos, adquire maior sensibilidade no animal, por meio do instinto que desvela, desenvolvendo o sistema nervoso que se aprimora, e no ser humano alcança a plenitude espiritual.

Assim considerando, é indispensável investir todos os valores intelecto-morais em favor da sua preservação.

Originada no Psiquismo Divino como um campo primordial de energia, conduz todos os elementos indispensáveis ao seu engrandecimento durante a trajetória que lhe cumpre desenvolver até lograr a fatalidade que lhe está destinada.

Não raro confundida com automatismo ou pulsações caóticas do acaso, é a mais pujante expressão da realidade que dá origem a todas as coisas.

Para onde se direcione o pensamento e se proceda a observação, ei-la que se apresenta enriquecedora, convidando a reflexões acuradas.

Por mais o ser humano se rebele e deseje fugir do fenômeno da vida, mais a defronta, porquanto jamais se extingue.

Impulso que parte da vibração inicial e adquire complexidade, faculta o entendimento de si mesma em penosas circunstâncias, quando atrelada à revolta e à ignorância, ou se dá com ternura e júbilo através da correnteza do amor e seus estímulos.

Desse modo, ama a tudo e a todos, deixando-te arrebatar pela excelência dos acontecimentos, que te constituem razões de aprendizado para aquisição da beleza a que te destinas.

Contribui em favor do seu desabrochar mediante a razão bem orientada e a emoção equilibrada.

És vida e és parte essencial da vida em tudo manifestada.

Oferece a tua contribuição de harmonia, nunca a depredando, nem gerando embaraços que lhe possam perturbar a marcha.

À medida que cresças interiormente, mais entenderás as leis de equilíbrio que a regem e os objetivos elevados que encerra.

Ante o ritmo pulsante do Universo, adapta o passo das tuas realizações e arregimenta forças para seguir no rumo do infinito.

Quanto mais conquistas espaços-luz, mais se te apresentarão outras dimensões a penetrar.

Nunca cessando, a vida te conduz ao Cosmo, em um mergulho de consciência lúcida no oceano da sabedoria.

Respeita a vida em qualquer aspecto que se apresente.

Limpa uma vala, planta uma árvore, semeia um grão, viabiliza uma ocorrência enobrecedora, oferta um copo com água fria, brinda um sorriso, sê útil de qualquer maneira...

A vida transcorrerá para ti conforme a desenvolvas.

Diante de qualquer dificuldade, insiste com amor e aguarda os resultados, sem aflição.

Não blasfemes, nem te rebeles, quando algo não te corresponder à expectativa.

És vida em ti mesmo, e o exterior sempre refletirá o que cultives internamente.

Jamais te evadirás da tua realidade.

Assim, torna enriquecedora e produtiva a tua existência, sendo um hino de louvor e de exaltação à vida.

Psicografia de Divaldo Franco

VIDA ÍNTIMA
Cornélio Pires

Nossos próprios sentimentos
Agindo em luta sem voz,
Igualam-se a tempestade
Rugindo dentro de nós.

Psicografia Francisco Cândido Xavier
Livro Trovas do Coração 


sábado, 7 de março de 2015

Mediunato

Viana de Carvalho

Todo aquele que consegue exercer a mediunidade com elevação, engrandecendo-se e alçando-a aos nobres cimos da vida, no cumprimento da gloriosa missão de ser instrumento do Divino Pensamento, alcança, na Terra, a excelência do mediunato.

Dever de grande abrangência, a sua desincumbência revela-se difícil pelos impositivos de que se reveste, pelos sacrifícios que impõe e pelas dificuldades a superar.

Poucos discípulos da verdade se hão entregado com a necessária abnegação, graças à qual, ao largo do tempo, o homem se doa em espírito de serviço à humanidade, com tal renúncia de si mesmo, que ultrapassa a sua condição para lograr o apostolado mediúnico, o mediunato.

A princípio, são os fortes apelos para a edificação pessoal, a plenitude psíquica e emocional, acalmando as necessidades materiais e superando as fraquezas delas decorrentes, para depois, experimentando as superiores satisfações do espírito, imolar-se por amor, na execução das atividades a que se sente convocado.

Nesse caminho atulhado de pedrouços, os desafios se sucedem, ameaçadores, ao mesmo tempo ferindo e macerando os audaciosos transeuntes que põem os olhos nas metas à frente e buscam alcançá-las. Não se trata de um empreendimento fácil ou de curto prazo, antes, de uma realização prolongada, na qual são enfrentados os perigos que procedem da inferioridade, que teima em permanecer, dominadora.

Definido o rumo e aceito o compromisso, torna-se mais factível a vitória, ganhando-se, dia-a-dia, o espaço que medeia entre a aspiração e o objetivo.

Zoroastro, o grande reformador, nascido na Média, não descansou enquanto não concluiu a missão para a qual reencarnou.

Buda, o Sábio e Solitário dos Sákias, entregou-se com total renúncia ao ministério de reformar a religião adulterada pelo formalismo brâmane, e, não se detendo diante dos impedimentos que o afligiam, permanece fiel até o momento final.

Pitágoras, inspirado pelos espíritos, colocou-se a serviço da verdade, tornando-se responsável pela descoberta das matemáticas, geométricas e astronômicas, deixando um rastro luminoso na história.

Sócrates e Moisés, Isaías e Daniel, entre outros, foram exemplos de missionários que, no mediunato, atingiram as mais elevadas expressões do intercâmbio espiritual em favor da humanidade.

Posteriormente, João Batista e João Evangelista se fizeram expoentes da mediunidade gloriosa, demonstrando o poder da imoralidade sobre as vicissitudes humanas.

Acima, porém, de todos eles, Jesus-Cristo fez-se o Médium de Deus e tornou-se insuperável como Fonte Inspiradora para os homens de todos os séculos.

Perseguido e macerado, sob injunções dolorosas mais se ligava ao Pai, em Quem hauria forças para o Messianato a que se ofereceu, preferindo a coroa do martírio à falaciosa grandeza terrena.

Depois dEle, outros servidores da Sua Seara, profundamente vinculados à vida espiritual e aos desencarnados com os quais confabulavam, exerceram o mediunato de forma eloquente, imolando-se todos por amor ao bem geral e certos da vitória final sobre as fugazes condições terrenas.

Com o espiritismo, o exercício do mediunato tornou-se mais acessível, em se considerando as diamantinas claridades que projeta nos emaranhados e sombrios mistérios da vida, especialmente sobre a realidade do além-túmulo, onde nascem as estruturas do ser e se encontram a sua origem e o seu destino final.

Trazendo de volta, à atualidade, o profetismo hebreu e helênico, os fenômenos que constituíram a glória das civilizações passadas, deu-lhes um sentido novo, perfeitamente concorde com as conquistas do hodierno conhecimento, de modo a impulsionar o homem em direção do autodescobrimento e da razão pela qual se encontra no mundo físico.

Em uma ligeira análise, explicam-se, à luz da revelação espírita, a inspiração do Homero, cujos Cantos procediam de ignotas e nobres regiões espirituais; de Virgílio, sintonizando com as entidades elevadas, e sendo também considerado profeta; de Dante, que demonstrou possuir superiores faculdades mediúnicas, graças às quais manteve permanente contato com os espíritos; de Torquato Tasso, que, em contínuo intercâmbio espiritual e inspirado por Ariosto, aos dezoito anos compôs o seu Renaud, concluindo a célebre Jerusálem Libertada, que é a obra máxima da sua vida extraordinária...

E quantos outros, médiuns inspirados ou psicógrafos, audientes ou sonambúlicos, que se deixaram conduzir pelos guias da humanidade, a fim de apressarem a obra do progresso terrestre?!

Comunicações indiretas como insólitas hão despertado a consciência humana para a realidade espiritual do ser, a todos conclamando para a ação do bem, da justiça e do amor.


No mediunato, entretanto, o servidor atinge o seu momento supremo, deixando de manter a personalidade dominadora, para que o Cristo nele se manifeste e habite, conforme declarou o médium de Tarso, na sua doação total à causa da verdade: - “Já não sou eu o que vivo, mas é o Cristo que vive em mim.”

quinta-feira, 5 de março de 2015

PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS

Tema da semana
Mundos inferiores e superiores
De 02/03/2015 a 08/03/2015

Emmanuel


Questão nº55

Enquanto o homem se encaminha para a Lua, estudando-a de perto, comove-nos pensar que a Doutrina Espírita se referia à pluralidade dos mundos habitados, precisamente há mais de um século.

Acresce notar, ainda, que os veneráveis orientadores da Nova Revelação, guiando o pensamento de Allan Kardec, fizeram-no escrever a sábia declaração: "Deus povoou de seres vivos todos os mundos, concorrendo esses seres ao objetivo final da providência."

Sabemos hoje que moramos na Via-Láctea - a galáxia comparável a imensa cidade nos domínios universais. Essa cidade possui mais de duzentos milhões de sóis, transportando consigo planetas, asteroides, cometas, meteoros, aluviões de poeira e toda uma infinidade de turbilhões energéticos.

Entre esses sóis está o nosso, modestíssimo foco de luz, considerando-se que Sirius, um de seus vizinhos, apresenta brilho quarenta vezes maior. E, acompanhando-o, a nossa Terra, com todo o cortejo de suas orgulhosas nações, tem a importância de uma "casa nos fundos", visto que, se a Lua é satélite nosso, o Globo que nos asila é satélite pequenino desse mesmo Sol que nos sustenta.

Viajando a luz com a velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo, gasta milhares de anos para atravessar, de um ponto a outro, o continente galáctico em que residimos...

Mas os espelhos telescópicos do homem já. conseguem assinalar a existência de milhões e milhões de outras galáxias, mais ou menos semelhantes a nossa, a se espraiarem na vastidão do Universo.

Até agora, neste breve lembrete, nos reportarmos simplesmente ao campo físico observável pelos homens encarnados, atreitos, como natural, ao raio reduzido da percepção que lhes é própria, sem nos referirmos às esferas espirituais mais complexas que rodeiam cada planeta, quanto cada sistema.

Nesse critério, vamos facilmente encontrar, em todos os círculos cósmicos, os seres vivos da asserção de Kardec, embora a instrumentação do homem não os divise a todos. Eles se desenvolvem através de inimagináveis graus evolutivos, cabendo-nos reconhecer que, em aludindo à pluralidade dos mundos habitados, não se deverá olvidar a gama infinita das vibrações e os estados múltiplos da matéria.

Temos, assim, no espaço incomensurável, mundos-berços e mundos-experiências, mundos-universidades e mundos-templos, mundos-oficinas e mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundos-prisões.

Saudamos, pois, o advento da nova era, em que o homem físico, valendo-se principalmente do rádio e do radar, do foguete e do cérebro eletrônico, pode incursionar além da Lua, auscultando, em regime de limitação compreensível, as faixas de matéria em que psiquicamente se entrosa.

E desejando-lhe paz, a fim de que prossiga em suas arrojadas e preciosas perquirições, podemos assegurar que em todos os planos a consciência acordada à luz da razão e da responsabilidade surpreenderá sempre, por base de todo aperfeiçoamento moral, o preceito do Cristo que coloca "o amor a Deus e ao próximo" como sendo o coração da vida, pulsando, invariável, no peito da justiça divina que manda, em toda parte, conferir a cada um segundo suas obras.

(De "Religião dos Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

ORAÇÃO
Cornélio Pires

Entram em curta oração
Meus sentimentos plebeus,
Agradeço os dons da vida
E peço a bênção de Deus.

Psicografia Francisco Cândido Xavier
Livro Trovas do Coração


terça-feira, 3 de março de 2015

Pluralidade dos mundos habitados

Tema da semana
Mundos Inferiores e Superiores
De 02/03/2015 a 08/03/2015

Momento Espírita

O axioma: Conhece-se a árvore pelos frutos, é célebre.

Ele significa que, pelos efeitos, se pode aquilatar a qualidade da causa.

Deus é a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas.

O atual estágio do desenvolvimento humano impede que se pesquise satisfatoriamente a respeito da natureza Divina.

Contudo, mediante o raciocínio, é possível concluir que Deus deve possuir todas as virtudes em seu grau máximo.

Caso contrário, poderia ser ultrapassado, em qualquer dessas virtudes, por outro ser.

Então, esse ser é que seria Deus, a entidade suprema do Universo.

Mas, se Deus é infinitamente perfeito, por qual razão sua obra parece tão repleta de falhas?

Ele criou a Humanidade, mas ela não lhe faz honra, por suas características.

Há tanta maldade no mundo: violência, corrupção, perfídia...

Haverá compatibilidade entre a perfeição Divina e a aparente imperfeição de Sua obra?

Há, mas ela pressupõe considerar a pluralidade dos mundos habitados, ensinamento ministrado pelo Espiritismo.

Em determinada passagem do Evangelho, Jesus afirma:

Há muitas moradas na casa de meu pai.

A casa do Pai é o Universo.

As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito.

Tais moradas possuem características correspondentes ao estado evolutivo dos Espíritos que nelas habitam.

Se alguém julgar um país, apenas com base em um hospital, pensará que nele só há doentes.

Se a análise levar em conta a população de um presídio, a conclusão será de que a nação é composta por criminosos.

Equívoco semelhante comete quem julga a Humanidade apenas com base nos habitantes da Terra.

Os Espíritos ensinam que há mundos, em diversos estágios evolutivos.

Quanto mais evoluído o Espírito, melhor o mundo que ele habita.

Há mundos primitivos, de provas e expiações, de regeneração e paz, ditosos e celestes ou Divinos.

Nos mundos primitivos, reinam soberanas as paixões e a vida moral é quase nula.

A Terra da idade da pedra e períodos subsequentes, é um exemplo desse tipo de mundo.

Atualmente, o planeta Terra qualifica-se como de provas e expiações.

Os seres que o habitam, em sua maioria, possuem inteligência desenvolvida.

Contudo, são muito viciosos, o que evidencia sua imperfeição moral.

Por força dos vícios de seus habitantes, na Terra o mal predomina.

Os mundos evoluem de um estágio a outro e os Espíritos não se encontram sempre vinculados a um planeta.

Isso explica porque almas nobres e generosas não são comuns em nosso meio.

Quando um Espírito passa a merecer paz e felicidade, ele é encaminhado a um mundo compatível.

A partir daí, somente nasce em locais inferiores em missão de amor.
Assim, a obra Divina, que se reflete na Humanidade terrena, está em processo de elaboração.

Com o tempo, absolutamente todos os Espíritos serão puros, em sabedoria e bondade.

Mas essa pureza é fruto do esforço próprio.

Assim, se você quer ser feliz, burile o seu íntimo.

Remova do seu ser toda causa de violência, discórdia ou crueldade.

Seja um fator de progresso e harmonia no mundo.

Por uma questão de justiça, você sempre estará no local mais adequado ao seu temperamento e aos seus valores.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no
cap. III, do livro 
O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 7.11.2013.


Os planetas que rolam no infinito constituem a família universal, por excelência. Cada um deles comporta uma humanidade, irmã de todas as outras que vibram na imensidade.
Referência: XAVIER, Francisco Cândido. Dicionário da alma. Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt. 5a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. -